Informática

COMPUTADOR CP 400

Empresa: Prológica Ind. e Com. de Computadores Ltda
Ano: 1984

Prológica
A Prológica Indústria e Comércio de Microcomputadores Ltda foi uma influente empresa de microinformática brasileira que atingiu seu auge em meados da década de 1980, quando ocupou o terceiro lugar entre as empresas nacionais do setor.
Fundada em 1976 por Geraldo Coen, Joseph Blumenfeld e Leonardo Bellonzi, a empresa inicialmente comercializava máquinas para uso em contabilidade a saber, MCA-100 e Alpha Disk. A empresa especializou-se posteriormente em produzir produtos similares aos dos micros da linha TRS-80 estadunidense, sob o nome geral de CP (de Computador Pessoal). Um de seus maiores sucessos no campo profissional foi o micro CP 500, compatível com o TRS-80 Modelo III.

Características do produto

A primeira versão do CP 400 Color, lançado no Natal de 1983 , tinha um teclado de plástico (bastante semelhante aos TK’s da Microdigital Eletrônica), com teclas nas cores branca, vermelha, verde e azul, e, devido a um erro de projeto, poderia ter problemas com superaquecimento em seu transformador interno. Já a segunda versão, o CP 400 Color II, lançado no final de 1985, tinha um teclado semelhante ao dos PC’s atuais, com pequenas molas e teclas de plástico branco mais largas do que o da primeira versão (que recebeu o curioso apelido de “perereca”, visto que as teclas tinham facilidade de saltar do teclado) e sem os mesmos problemas de superaquecimento.
O design do primeiro modelo foi concebido pelo arquiteto italiano pós-moderno, Luciano Devia, representante da Escola de Turim. Segundo o artista, as teclas pequenas e coloridas davam “um ar meio brincalhão ao micro”, por ser ele de uso doméstico, precisando assim “se harmonizar com objetos até decorativos”[2] . O segundo modelo deixou de ter teclas coloridas e acrescentou outras três teclas (PA1, PA2 e PA3), que podiam ser programadas em linguagem de máquina pelo usuário e, assim, auxiliar na operação do micro[3] . Apesar do design do CP 400 ser atribuído ao referido artista italiano, sua notável semelhança com o Timex Sinclair 2068 (ou Timex Computer 2068), lançado também no final de 1983 nos Estados Unidos, continua ainda inexplicável.
No começo a concorrência que o CP 400 tinha até era reduzida, pois somente os Apples e os TK’s mais avançados (95 e 90x) podiam fazer frente aos gráficos e as cores dele. Mas isso mudou drasticamente com o lançamento do padrão MSX, pela Gradiente e pela Epcom/Sharp, em meados de 1986. Bastante superior gráfica e sonoramente, o MSX ingressou de maneira impressionante no cenário brasileiro de microcomputadores e deixou todos os concorrentes (incluindo o CP 400) para trás.
Além do Prológica CP 400, foram lançados no Brasil outros microcomputadores compatíveis com o padrão TRS-80 Color: o Codimex CD6809, o LZ/Novo Tempo Color64, oDynacom MX-1600 (Dynacom) e o Engetécnica/Varix VC50 (ou Varix 50). Também a Microdigital, chegou a planejar o lançamento de outra máquica compatível com esta linha: o TKS800; chegou a ser apresentado em Feiras de Informática, mas nunca foi de fato lançado no mercado (ver vaporware). Houve ainda, no mercado brasileiro, um semi-compatível: o Sysdata Microcolor (ou TColor), clone do obscuro Tandy MC-10, empregando o microprocessador Motorola 6803 ao invés do Motorola 6809. Todavia, todos esses equipamentos tiveram pouca ou quase nenhuma repercussão no mercado nacional, seja, em um primeiro momento, pelo grande sucesso de vendas do CP 400, seja, por fim, pela grande expansão da linha MSX no Brasil, que acabou por relegar o padrão TRS-80 Color ao desuso.
O CP 400 e todos os seus periféricos originais deixaram de ser fabricados pela Prológica, em sua unidade do bairro de Socorro, em São Paulo, no início de 1987[5] . No entanto, pouco tempo antes, em abril de 1986, vendia cerca de duas mil e quinhentas unidades ao mês, segundo informações fornecidas pela própria Prológica.
Com o fim da linha de produção e o rareamento de informações e suporte ao CP 400, boa parte de seus usuários aderiu ao padrão MSX, enquanto que alguns outros, percebendo o início de um novo tempo no mercado de microcomputadores, migraram para o padrão IBM PC, de 16 bits.

Especificações
• Memória:
o ROM: 16 KBytes (contendo o “Extended Color BASIC” ou “ECB”)
o RAM: versões de 16 ou 64 KBytes
• Teclado:
o Modelo 1: “chiclete” com 55 teclas, incorporado ao gabinete
o Modelo 2: “profissional” com 59 teclas, incorporado ao gabinete
• Display: Microprocessador Motorola MC6847, 9 cores
o Modo texto (com 32 x 16 caracteres)
o Gráficos de baixa resolução (com 64 x 32 pixels)
o Gráficos de média e alta resolução (podendo chegar aos 256 x 192 pixels, 2 cores por pixel, totalizando 49.152 pontos)
• Suporte à impressora serial, joysticks analógicos, gravador de fita cassete e unidade de disco flexível (CP450)
• Porta de expansão (onde era possível conectar cartuchos com programas, jogos etc)
• Outras Portas:
o 1 saída para TV colorida PAL-M, canais 3 ou 4 VHF
o 1 porta serial RS-232C
o 2 portas para joysticks analógicos
o 1 porta para monitor RGB
o 1 porta para gravador cassete
o 1 porta para fonte de energia externa 110/220V
• Armazenamento Magnético:
o Gravador cassete em 1500 bauds, com controle remoto do motor
o Unidade de disquete CP450, com até dois drives de 180K, face simples

http://www.mci.org.br/micro/prologica/cp500.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/CP400#/media/File:Cp400ii-2.jpg

WWL