Empresa: Fairchild Semiconductor
Ano: 1976
Fairchild Semiconductor
A Fairchild Semiconductor é uma empresa estadunidense de tecnologia. Produziu o primeiro circuito integrado comercialmente disponível (lançado pouco antes do produto da Texas Instruments), e se tornaria uma das grandes responsáveis pela evolução do Vale do Silício na década de 1960. Correntemente, a empresa possui cerca de nove mil empregados ao redor do mundo, com instalações em San José (Califórnia), Salt Lake City (Utah), Mountaintop (Pensilvânia), Bucheon (Coréia do Sul), Penang (Malásia), Suzhou (China) e Cebu (Filipinas) entre outras. A sede corporativa da empresa está localizada em South Portland (Maine).
Histórico
Shockley Semiconductor e os Oito Traidores
A história da Fairchild passa pelo estabelecimento de outra instituição, Shockley Semiconductor Laboratories em Santa Clara Valley em 1955. Fundada por um dos inventores do transistor, o vencedor do Prêmio Nobel de física William Shockley, era um departamento da Beckman Instruments, e foi responsável pela produção de transistores utilizando silício e germânio.
Inicialmente com dificuldade em contratar ex-companheiros dos seus tempos de Bell Labs, Shockley contratou oito jovens talentosos para trabalhar consigo, Julius Blank, Victor Grinich, Eugene Kleiner, Jean Hoerni, Jay Last, Gordon Moore, Robert Noyce e Sheldon Roberts, seis dos quais possuiam um PhD. Contudo, logo surgiram problemas de relacionamento, com as habilidades de gerenciamento de Shockley sendo consideradas insuficientes e seu temperamento muitas vezes intolerável, criando um ambiente de trabalho insuportável. Relatos incluem gravações de todas as ligações no ambiente de trabalho e um grande senso de falta de confiança nos empregados, resultando na solicitação de um teste de detecção de mentiras em todos os empregados do laboratório, o que foi prontamente recusado por todos os membros
Em 1957, num última tentativa de solucionar os problemas encontradosa bordo da Shockley Semiconductor e criar um ambiente efetivamente produtivo, Gordon Moore apresentou a Arnold Beckman, dono da empresa, um ultimato: remover Shockley do comando e colocar um gerente profissional ou o grupo deixaria a empresa. Beckman, acreditando que Shockley poderia contornar o problema, recusou.
Reconhecendo a falta de evolução, em junho de 1957 Beckman colocou um gerente intermediário entre Shockley e os oito, mas com todo o desgaste que já tinha ocorrido, sete dos oito já haviam tomado a decisão de sair. Robert Noyce, outrora o único ao estar ao lado de Shockley, foi persuadido e também deixou a empresa de última hora.
Este grupo posteriormente veio a ser conhecido como Os Oito Traidores, embora a origem do termo seja incerta.
Primeiros Anos
Antes de sair da Shockley Semiconductor Laboratories, os dissidentes já se articulavam e reuniam-se com investidores a respeito de fundar uma nova empresa. Diante do prospecto de fazer negócios com jovens promissores com PhD orientados por um vencedor do prêmio Nobel, Arthur Rock e Alfred Coyle, da Hayden, Stone & Co. se interessaram na proposta, acreditando no potencial do grupo.
Os oito, somando-se aos dois investidores, reuniu-se em São Francisco, no Clift Hotel. Os dez assinaram seu compromisso em notas de um dólar. Eles procuravam uma empresa que os aceitassem como uma subdivisão, fazendo uma lista de 35 empresas que poderiam estar interessadas. Várias delas demonstraram interesse, porém a princípio nenhuma conseguia enxergar como o grupo poderia se encaixar na filosofia da empresa. Arthur Rock encontrou-se com Sherman Fairchild, que os emprestou mais de um milhão de dólares para que estabelecessem sua própria empresa, com a opção de adquiri-la posteriormente, caso tivesse sucesso.
A empresa se organizou de forma inovadora, Bob Noyce assumiu o protagonismo da equipe, inovando na estruturação horizontal e informalidade das relações de trabalho. Noyce detestava a cultura “feudal” que existia nas corporações: na Semiconductor, não havia uma eternidade de cargos e títulos até chegar nos cargos de CEO e vice-presidentes, não havia vagas de garagem reservadas e escritórios grandes e suntuosos. A arquitetura da subsidiária era um grande armazém com baias de trabalho e cubículos sem decoração. O próprio Noyce era visto constantemente rondando o ambiente de trabalho com sua bata branca e sem gravata e não havia regras para uso de terno e gravata. Os funcionários eram encorajados a tomar suas próprias decisões e não havia um grande senso de chefe e subordinado, de modo que a diretoria tratava diretamente com os colaboradores que desenvolviam os produtos.
Os primeiros anos da Fairchild foram bastante produtivos, sob o comando de Noyce a empresa produziu um novo modelo de produção de transístores. Anteriormente, a produção se limitava a uma unidade por vez, agora, com o processo mais moderno, havia a possibilidade de se criar wafers inteiros de transístores por vez. O método consistia em uma espécie de impressão: projetava-se um padrão do transistor num wafer de silício, esse padrão reagia com substâncias químicas sensíveis a luz, assim imprimindo a estrutura dos transístores no wafer.
Apesar do método de produção dos transístores ter evoluído, a montagem de diferentes tipos deles num circuito ainda era um procedimento trabalhoso e artesanal. Deveria haver uma maneira melhor de realizar este processo, construindo todo o circuito num só pedaço de silício. Jean Hoerni havia sugerido que dióxido de silício poderia servir como uma camada isolante e dielétrica nos circuitos. A partir desse princípio, Noyce foi capaz de desenvolver o circuito integrado em 1961, o que viria a ser uma enorme contribuição para a indústria tecnológica.
A contribuição de William Shockley para o surgimento e crescimento da Fairchild é inegável. A união de membros talentosos da equipe, o aprendizado adquirido no período em que os Oito Traidores estiveram sob seu comando e o desenvolvimento do time no método de produção de transístores de silício tiveram influência no sucesso da nova empreitada.
Apesar de não ser um grande nome do mercado na atualidade, a Fairchild foi pioneira na sua organização e no estabelecimento na região que hoje é o Vale do Silício. As estratégias de marketing inovadoras, a inovação disruptiva que causou no mercado e o estabelecimento no novo local onde vários gigantes da tecnologia viriam a ser fundados foram grandes contribuições para a indústria da inovação.
Características do produto
Lançado em agosto de 1976 pela Fairchild Semiconductor, o Fairchild Channel F foi o primeiro videogame da segunda geração de consoles(as) de jogos, além de ser também o primeiro realmente programável, ou seja, os jogos podiam ser vendidos separadamente do videogame, pois, com o novo sistema de cartuchos era possível lê-los no próprio videogame.
O videogame se utilizava do complexo chip Fairchild F8, mais avançado que o dos videogames lançados anteriormente (Pong e clones) que costumavam usar a mesma tecnologia da Texas Instruments. A Fairchild foi a primeira empresa a lançar um vídeogame usando um microprocessador. Robert Noyce trabalhou no projeto desse chip CPU Fairchild F8, antes de ter criado a sua própria empresa, a Intel. No Brasil, a versão lançada pela em Dezembro e foi lançado no Isarel em 1976.
Início no mercado
O Fairchild Channel F fez um grande sucesso em seu lançamento. Sucesso devido, em parte, por sua capacidade de rodar jogos mais complexos que os de outros videogames de sua época. Porém, sua rápida ascensão durou apenas um ano, pois seu lançamento inspirou concorrentes, como a Atari, que criaram videogames mais potentes.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fairchild_Channel_F
https://www.google.com.br/search?q=channel+f+console&hl=pt-BR&biw=2021&bih=981&site=webhp&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwi7tOfTmOfOAhUHgJAKHcp7CUkQ_AUIBygC&dpr=0.95#imgrc=jSsvXE4o9iYbeM%3A
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fairchild_Semiconductor